"A fotografia é um momento e o fotografo é apenas uma testemunha"

"A fotografia é um momento crítico nem antes nem depois,é só um instante definitivo"

"fotografia é um momento de ação. Pintura é meditação"

"Uma fotografia é um momento imortalizado num pedaço de papel... "


Imagens...

Descansador de vista

Um dia final, de um mês qualquer

Encontraram-se no jardim no dia aprazado
Um dia final, de um mês qualquer
Ela riu: Estás ridículo nesse fato, mas era o combinado.
Ele disse: E tu és só camisola e gola alta, como tinhas prometido.
Sentaram-se num banco ao acaso
Porque o acaso os juntara
E no acaso tinham caminhado
E o acaso os levara àquele jardim.
Àquele banco escolhido ao acaso
Onde trocando vidas
Riram dos sucessos, riram dos fracassos
Riram dos medos, das esperanças, das desilusões
Ele apertado num fato caro, a viola ao lado
Ela só gola alta e caneta na mão.
Houve também silêncio porque a amizade
Não é feita só de palavras
Mas de compassos de dar tempo ao tempo e sabe esperar.
Ela disse: Anoiteceu, está lua cheia.
Como prometido e combinado, respondeu ele.
E juntos caminharam até à ponte prometida
Onde entoaram trovas à lua e cantos de revolta
Acompanhados de uma viola que ria
Ele de fato novo, ela de gola alta.
E a noite era deles, porque única, prometida
Porque era noite de rindo de si rir da vida
Porque era noite de soltar a voz.
E a cidade parou para ouvir o canto
E a cidade era espanto da ousadia
De quem quebrava o canto silêncio da cidade morta
De quem se suspendia na ponte
Entre as duas margens que fazem a vida.
Em baixo corria o rio
Uma corrente contínua, monótona nunca antes quebrada.
Deram o passo à frente na ponte prometida
Quando rindo calaram canto e viola.
no dia seguinte foi o pasmo na cidade
Um rio parado separava as margens da ponte contínua da vida
E um fato novo e uma viola retinham o som da corrente antiga
E uma camisola cara empunhando uma caneta dizia palavras inauditas.
Nunca encontraram quem a roupa vestiu
Quem se sentou no banco do acaso
Quem com um passo em frente parou o rio
Quem ousou rindo de si rir da vida cantando cantar trovas à lua
Quem ousou quebrar a corrente
Estender a mão e guardar liberdade.

Poema: Encandescente

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